A dor pélvica é definida como a dor localizada na região inferior do abdome, entre o umbigo e o púbis. Pode se apresentar de forma aguda (instalação súbita, de curta duração) ou crônica (persistente por mais de 3 meses, contínua ou intermitente).
Por se tratar de uma condição multifatorial, pode ter origem em diferentes sistemas do corpo, exigindo avaliação cuidadosa para diagnóstico correto.
Possíveis origens da dor pélvica
- Sistema reprodutor feminino: útero, ovários, trompas.
- Trato urinário: bexiga, uretra.
- Trato gastrointestinal: intestino, reto.
- Sistema musculoesquelético: músculos pélvicos, coluna lombar, quadril.
- Sistema nervoso: compressões nervosas e neuropatias.
Características da dor pélvica
- Tipo da dor: cólica, pontada, pressão, sensação de peso, ardência ou dor neuropática (choque/elétrica).
- Intensidade: de leve até incapacitante.
- Localização: pode variar conforme o sistema afetado.
- Fatores desencadeantes:
- Ciclo menstrual → endometriose, dismenorreia, miomas.
- Urinar → cistite, cálculos urinários.
- Relação sexual (dispareunia) → endometriose, doenças inflamatórias pélvicas, alterações musculares.
- Alimentação/evacuação → síndrome do intestino irritável, doença inflamatória intestinal.
Sintomas associados
- Sangramento uterino anormal
- Corrimento vaginal
- Náuseas, vômitos, febre
- Alterações urinárias (dor ao urinar, urgência, sangue na urina)
- Alterações intestinais (diarreia, constipação, sangue nas fezes)
Principais causas
1. Ginecológicas
- Endometriose
- Miomas uterinos
- Doença inflamatória pélvica (DIP)
- Cistos ovarianos
- Gravidez ectópica
- Adenomiose
- Dismenorreia primária
2. Urológicas
- Infecção urinária (cistite)
- Cálculos urinários
- Síndrome da bexiga dolorosa (cistite intersticial)
3. Gastrointestinais
- Síndrome do intestino irritável (SII)
- Doença inflamatória intestinal (retocolite, Crohn)
- Diverticulite
- Constipação crônica
4. Musculoesqueléticas / Neuropáticas
- Disfunções do assoalho pélvico
- Hérnias
- Síndrome miofascial
- Compressão nervosa (ex.: nervo pudendo)
Opções de tratamento
O tratamento depende da causa identificada e costuma exigir uma abordagem multidisciplinar, envolvendo ginecologia, urologia, gastroenterologia, fisioterapia e psicologia.
Tratamento farmacológico
- Analgésicos e anti-inflamatórios: controle da dor aguda.
- Antibióticos: em casos de infecção (DIP, ITU).
- Anticoncepcionais hormonais / DIU hormonal: para endometriose, adenomiose e dismenorreia.
- Antidepressivos tricíclicos ou anticonvulsivantes: em dor neuropática crônica.
- Relaxantes musculares: quando há espasmos do assoalho pélvico.
Tratamento não farmacológico
- Fisioterapia pélvica: fortalecimento e relaxamento muscular.
- Acupuntura e TENS: alternativas para alívio da dor.
- Terapia cognitivo-comportamental: essencial no manejo da dor crônica.
- Mudanças alimentares: quando a causa está relacionada ao trato gastrointestinal.
Conclusão
A dor pélvica é um sintoma comum, mas que não deve ser ignorado. Por ter diversas origens possíveis, a investigação médica é fundamental para direcionar o tratamento adequado e melhorar a qualidade de vida da paciente.
✍️ Drª Cintia Oliveira - Médica do CEPDOR
CRM-PB: 16.395
📲 Instagram: @dracintiaoliveira_
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