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‘EU SOU UM GRAVE ACIDENTE’ - Biografia de Marcos A. Junior

“Agora eu entendo o motivo. Muitas pessoas simplesmente travam quando alguém pede para que elas se definam. Entendo também que você, leitor(a) desse texto, deve achar que talvez isso seja apenas uma brincadeira da minha parte, pois se ainda não sabe, acabei de publicar a minha primeira autobiografia (mas isso é papo pra outro momento em minhas palavras), e quem escreveu quase 300 páginas da própria história, não esqueceria de tudo como num passe de mágica, mas não vejo sentido em revelar tudo o que vivi aqui, pois isso faria com que você perdesse o interesse no “todo” vivo em mim. O fato é que, mesmo antes de esse sonho ganhar tons palpáveis, minha vida já era um livro (e daqueles com diversas viradas, emoção, apreensão e, sem sombra de dúvidas, muito amor).

Vou começar a contar esse relato do ponto em que a “chave” da minha existência foi virada. Dia 15 de agosto do ano de 2007. Eu estava lá, parado, no ponto de ônibus, esperando para voltar pra casa após mais um dia rotineiro (estágio pela manhã e pedaço da tarde e faculdade à noite). O que veio em minha direção? Um carro desgovernado. Essa foi a última cena do filme da minha “primeira vida”. Sim, eu morri (mas não literalmente, apesar de ter chegado bem perto). O beijo triplo dado na estrutura metálica do automóvel em alta velocidade e no asfalto gélido (apesar de nem tanto, pois Recife não é um lugar frio nem mesmo no inverno) me rendeu muitas consequências (pior do que se eu fosse casado e minha esposa descobrisse uma possível traição). Foi realmente impactante!

Eu tinha apenas 19 anos. Minha vida era extremamente normal. Embora eu, desde que me entendo por gente, não tivesse uma mente que se adequasse bem aos costumes culturais, mesmo nos tempos de inconsciência infantil, a minha alma ainda não tinha forças para sobrepor a força da maioria (o que tomam por “voz de Deus”), o que fazia com que eu nunca ousasse “sair da linha”. Agora, com 35 anos recém completados, mas não tendo aí o seu “start” em tal concepção, eu consigo compreender nitidamente o motivo de quem passou por uma experiência de quase morte ter uma visão totalmente divergente acerca do que a grande maioria das pessoas tomam por “importante”. É realmente muito diferente quando “voltamos” de lá para cá.

Traumatismo cranioencefálico (cabeça abriu do ponto mais alto central ao início, digamos assim, da orelha direita). Lesão múltipla na tíbia/fíbula da perna esquerda (3 partes). Fratura exposta no joelho do mesmo lado. Dano na lombar. Escoriações por todo o lado esquerdo do corpo. Traumas internos (rim parado, febre, entre outros que agora não me recordo bem). Tudo isso aconteceu numa única colisão. Encontro esse que me fez sair do corpo (não posso garantir se literalmente ou não). Foram 26 dias de coma. Dois meses com fixadores externos presos à perna mais tocada. Seis meses sem andar. Dezesseis quilogramas perdidos (o que seria ótimo se eu pretendesse fazer um regime rigoroso e urgente, mas para quem tem 1,77m, você consegue visualizar o que é ter apenas 42kg?). Foi como disse anteriormente: eu morri.

Morri e renasci. Poucas pessoas têm essa possibilidade. Não foi fácil. Não é fácil e a tendência é piorar. Independente da sua crença, existem fatos científicos acerca das coisas. Eu sinto a dor dos desesperados (e espero que você nunca passe por essa experiência). Depois de tudo o que passei, o quanto eu mudei, como eu renasci, a força que foi preciso para me reerguer (e para me manter também), só eu sei o quão importante é, de fato, viver. Não falo de viver como sinônimo de existir (acorda – trabalha – repete – mantém). Falo de viver em seus níveis mais elevados de desejo por tudo aquilo que queremos. 

Nesse meio tempo, entre pós morte e pré vida, encontrei na literatura, nas palavras, no pulsar do próprio coração, um trabalho, que também é diversão, mas, acima de tudo, algo que fez com que eu finalmente conseguisse “me encontrar” (você só vai saber do prazer inerente a tal condição quando se arriscar e realmente também se encontrar), e obtive êxito em execução (e essas não são palavras minhas ou únicas. São fatos!), bem como alcançar meu objetivo, que pode até ser piegas, mas que foi algo pelo qual que me dediquei desde que abri os olhos e chorei, não literalmente, pela segunda vez, que é ajudar as pessoas a evoluir e sair desse marasmo emocional no qual a sociedade está tão imersa em tempos atuais. 

Desde que me “defino”, respondendo à questão que muita gente se complica para responder, por “Escritor e poeta”, desde o ano de 2016, mesmo sem tanta certeza assim, pois o universo literário é algo extremamente encantador, mas que também demanda total entrega e muita paciência, pois vivemos tempos estranhos em que os loucos são tomados por “corretos” (mesmo compreendendo que não existe certo ou errado – dai graças à relatividade), nunca mais me resumi a ser algo diferente. Eu sou Marcos A. Junior. Sou escritor. Sou poeta. Sou morte. Sou sentimento. Sou lógica. Sou o que sou no momento. Sou tudo o que vivi. Sou o que posso ser. Sou minha verdade. Sou meu sentido. Sou dor. Eu sou um grave acidente, de proporções catastróficas. Eu sou felicidade. Prazer, eu sou o amor”, diz Marcos A. Júnior. Instagram: @oescritormarcosajunior




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About Dr. Elexsandro Araújo

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