As doenças cardíacas seguem liderando as estatísticas de mortalidade no Brasil e no mundo. Infarto, insuficiência cardíaca, hipertensão arterial e arritmias são apenas algumas das condições que comprometem seriamente a saúde cardiovascular e exigem uma abordagem multidisciplinar para o tratamento. Nesse cenário, a fisioterapia cardiopulmonar surge como uma ferramenta fundamental não apenas para a reabilitação, mas também para a melhora da qualidade de vida desses pacientes.
A fisioterapia cardiopulmonar tem ganhado cada vez mais destaque nos cuidados com a saúde, especialmente diante do aumento de doenças respiratórias e cardiovasculares que afetam milhões de brasileiros todos os anos. A atuação do fisioterapeuta nessa especialidade é essencial tanto na prevenção quanto no tratamento de condições que comprometem o sistema cardiorrespiratório, promovendo qualidade de vida e recuperação funcional dos pacientes.
Após eventos agudos, como o infarto do miocárdio, ou intervenções cirúrgicas, como angioplastia e revascularização do miocárdio, a fisioterapia desempenha um papel essencial para restaurar a força muscular, estabilizar o quadro clínico e devolver ao paciente sua autonomia nas atividades cotidianas. Ele participa ativamente da reabilitação cardíaca — um conjunto de intervenções baseadas em exercícios físicos supervisionados, educação em saúde e controle de fatores de risco. O objetivo é reduzir sintomas, melhorar a capacidade funcional, evitar novas internações e, sobretudo, diminuir a mortalidade cardiovascular.
Quando o paciente é submetido a uma cirurgia cardíaca, por exemplo, ele pode apresentar complicações respiratórias e musculares no pós-operatório. A fisioterapia ajuda a prevenir essas intercorrências, promovendo exercícios respiratórios, mobilização precoce e fortalecimento. E em casos de insuficiência cardíaca crônica, a abordagem fisioterapêutica contribui significativamente para o controle da dispneia (falta de ar), a melhora do condicionamento físico e a adaptação do sistema cardiovascular ao esforço, tudo isso de forma segura e individualizada.
Presente em hospitais, unidades de terapia intensiva (UTIs), clínicas especializadas e até no atendimento domiciliar, a abordagem fisioterapêutica cardiopulmonar envolve técnicas que visam melhorar a ventilação pulmonar, otimizar a oxigenação, reduzir o esforço respiratório e prevenir complicações como pneumonias, atelectasias e tromboses. Em pacientes internados, por exemplo, o fisioterapeuta atua ativamente para manter as vias aéreas desobstruídas, promover a reexpansãopulmonar e auxiliar na desmame da ventilação mecânica.
Estudos mostram que pacientes cardíacos que participam de programas de reabilitação fisioterapêutica apresentam redução de até 30% no risco de reinfarto e hospitalizações. Isso porque o tratamento é pautado em metas concretas de evolução, com acompanhamento contínuo, orientação sobre estilo de vida e incentivo à adesão medicamentosa e ao autocuidado.
Em um cenário onde o cuidado humanizado e a eficiência dos tratamentos são prioridades, a fisioterapia cardiopulmonar se consolida como uma aliada indispensável na promoção da saúde e na recuperação de vidas. A reabilitação cardiopulmonar é, portanto, mais do que um complemento ao tratamento médico: é um pilar essencial na jornada de recuperação de pacientes com doenças do coração. Com o suporte adequado, é possível viver com mais saúde, segurança e qualidade de vida, mesmo diante de condições cardíacas crônicas.
Por Priscila Figueiredo - Fisioterapeuta
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