Nos últimos dias, declarações do presidente dos Estados Unidos, Donald Trump, geraram polêmica ao afirmar que gestantes não deveriam usar paracetamol (Tylenol), sugerindo uma relação com o risco de autismo. O alerta, feito em coletiva de imprensa na Casa Branca, espalhou insegurança entre mães, pais e profissionais de saúde.
Mas o que diz a ciência?
Paracetamol é seguro na gestação
Décadas de pesquisas clínicas sustentam o uso do paracetamol como a opção mais segura e indicada para o tratamento de dor e febre durante a gravidez.
O Colégio Americano de Obstetras e Ginecologistas (ACOG), a Sociedade de Medicina Materno-Fetal (SMFM) e a Febrasgo (Federação Brasileira das Associações de Ginecologia e Obstetrícia) reforçam que o medicamento é seguro e que tratar dor e febre na gravidez é essencial para a saúde da mãe e do bebê.
Essas entidades confirmam: não há evidências científicas de que o paracetamol, princípio ativo do Tylenol, cause autismo.
O que sabemos sobre autismo
O autismo é um transtorno complexo e multifatorial, resultado da interação entre fatores genéticos, epigenéticos e ambientais. Não existe uma única causa, tampouco uma explicação simplista como a sugerida pela administração Trump.
Estudos que tentaram associar paracetamol e autismo apresentam limitações metodológicas importantes: baseiam-se em questionários retrospectivos, sem comprovar vínculo direto de causa e efeito. Até o momento, nenhuma pesquisa robusta demonstrou que o uso do medicamento por gestantes provoque autismo nos filhos.
Onde estão os verdadeiros riscos?
O paracetamol pode, sim, oferecer riscos se for usado em excesso ou sem orientação médica. O principal problema é a toxicidade hepática — especialmente em doses acima do recomendado. Esses riscos nada têm a ver com autismo, mas sim com danos ao fígado.
Por isso, a prescrição médica e o acompanhamento durante a gestação são fundamentais.
Fake news e saúde: um perigo real
A fala da Casa Branca é um exemplo de como informações imprecisas e não comprovadas podem gerar medo, desinformação e até abandono de tratamentos seguros.
A Organização Mundial da Saúde (OMS), a ACOG, a SMFM e a Febrasgo já se posicionaram: não há evidência científica que comprove a relação entre paracetamol e autismo.
O mais importante é que gestantes conversem com seus médicos antes de iniciar qualquer medicação e busquem sempre informações em fontes confiáveis.
✅ Mensagem final:
O paracetamol continua sendo seguro, eficaz e a opção de primeira linha para dor e febre durante a gravidez. O autismo é uma condição complexa, sem causa única. O maior risco não vem do medicamento em si, mas das fake news que podem comprometer decisões de saúde fundamentais.
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